Ler é muito mais do que decodificar sinais. Mais importante que saber que B + A é = a BA; e BA + BA formam BABÁ é conseguir, no ato da leitura, criar em si a imagem da Babá com toda vida e alma que a palavra possui. Atualmente as pessoas lêem muito menos que há 30 anos. Um dos fatos que acelerou este processo foi o avanço tecnológico.
As televisões e os aparelhos de DVDs cada dia mais sofisticados exibem filmes e novelas com imagens e efeitos especiais em apenas duas horas; você nem precisa pensar é só assistir. Então prá quê ler um livro, ele vai virar filme, mesmo!
As bibliotecas foram substituídas pelo Google que te dá diversas respostas para uma mesma pergunta, e o melhor, resumido. Pesquisar prá quê? Estudar prá quê?
A geração atual não foi apresentada a um livro desde a infância, como antes acontecia. As histórias infantis de príncipes e princesas; as fábulas cheias de “moral da história” foram substituídas pelos jogos de vídeo game e desenhos animados.
O prazer da leitura só pode ser passado para alguém através do exemplo. Atrevo-me a dizer que a leitura é um hábito e um prazer cultural que nasceu da necessidade de libertar a forma de pensamento e construir sua própria opinião. Antigamente pouquíssimas pessoas sabiam ler e “quem tem o conhecimento tem o poder”. Daí a necessidade de “aprender a ler” para ter condição de “pensar por si só”.
A soma destes fatores, a meu ver, aí sim conceituam a complexidade do ato da leitura. O prazer de ler vem daí: deste universo de oportunidades de usar todos os sentidos e com isso despertar em si o poder de ser e estar, em todas as épocas e lugares vivendo e aprendendo as mais diversas histórias e emoções.
Infelizmente a geração atual não conhece este “barato”. Aprenderam a ler e até mandam recados por e-mails e Orkut. Conversam e não se entendem; falam e não escutam. Não sabem escutar; nunca ouviram uma história contada e interpretada por mães, tios, avós que de uma hora para outra viravam fadas, reis, bruxas, sapos e princesas.
Tai o que temos: jovens e adolescentes transformados em “águias-galinhas” que não sabem das asas que têm para voar.
Pena, porque a leitura é melhor que Red Bull: te dá asas e direção.
Andréa Santos.

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