Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam. E quando falam, passam longe das fofocas, das pequenas maldades ampliadas no boca-a-boca.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
Receber flores é elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber o que você teve que se arrebentar para fazê-lo.
É elegante não mudar o estilo só para se adaptar ao outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate papos informal.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
É elegante o silêncio diante de uma rejeição.
Sobrenome, jóias, nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma elegante.
É elegante a gentileza; atitudes gentis falam mais que mil imagens.
Abrir a porta para alguém? É muito elegante.
Dar o lugar para alguém sentar? É muito elegante.
Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma.
Oferecer ajuda? Muito elegante.
Olhar nos olhos ao conversar? Essencialmente elegante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, independente de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que “com amigo não tem que ter estas frescuras”.
Se os amigos não merecem uma cordialidade, os inimigos é que não irá desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso.
E, detalhe: não é frescura.
(Martha Medeiros)
Obs.: Em algumas situações os “inimigos” até usufruem da cordialidade. Por exemplo: de tanto achar que cordialidade, cuidado, fidelidade, respeito, ética e principalmente justiça são frescuras, você acaba por ver afastar de si, “grandes amigos”. E amigos de “uma vida inteira” precisam ser cultivados. Aí, ao invés de tentar resolver a situação, você acabar por se aliar a velhos “desafetos” na tentativa de “anular” quaisquer que sejam as ações do “ex-amigo”, procurando prejudicá-lo de todas as maneiras possíveis.
E isto, meus amigos, não é só DESELEGANTE, mas, principalmente, MESQUINHO. (Andréa Santos).

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